Stela Maria
Uma ponte entre o Oriente e o Ocidente
Sabemos que a primeira idéia de movimentar o corpo buscando qualidade de vida aconteceu há mais de 5 mil anos na civilização oriental, e principalmente, na China. Eles são conhecidos por sua cultura milenar de cultuar o corpo, mas com uma visão diferente dos ocidentais.
Enquanto no ocidente as práticas corporais estão relacionadas aos aspectos estéticos, no oriente as práticas corporais estão diretamente ligadas à saúde, à arte e à religião. Os governantes da época (imperadores), sobretudo os que estabeleciam uma nova dinastia, ansiavam confirmar-se ante os olhos de seus súditos e a melhor maneira de conseguir seu apoio era dando prosseguimento às realizações artísticas das dinastias anteriores. A corte aceitava também as novas correntes procedentes da Índia e do Oriente Médio, porém cuidando de entrelaçar qualquer idéia inovadora à trama já existente da filosofia da vida chinesa.
A filosofia Taoísta, portanto, aplica-se às práticas corporais na busca do equilíbrio entre Yin e Yang em todo corpo, assim como em cada movimento, quando expressamos por exemplo, leveza e força, agilidade, destreza e funcionalidade.
A harmonia se dá entre os elementos corporais e também nas questões energéticas a eles relacionadas. Não existe dualidade – corpo e mente – e sim unidade, e a energia vital, o Qi, é o que mantém o corpo vivo, sendo a vida considerada como o dom maior!
As práticas orientais têm como base a harmonia, o caminho para o conhecimento do próprio corpo e o respeito por seus limites e potencialidades. O estimulo à percepção de si mesmo, do outro, sua adaptação ao meio, aos espaços que ocupa e seus apoios, equilíbrio e ritmo nos dá tônus muscular, elasticidade e flexibilidade; adquirimos mais resistência! Tudo isso provoca sensações geradas por esse contato efetivo com o mundo externo.
E, numa mesma sintonia, esse equilíbrio acontece com relação aos aspectos energéticos. O que quer dizer isso? Podemos dizer que na verdade a sensação de bem estar que sentimos quando estamos fisicamente dispostos, é porque todos os sistemas estão num arranjo perfeito. Tudo flui! Temos uma estrutura organizada que, num processo de alquimia interna, transforma tensão ou estresse em força, porque não jogamos fora, reciclamos!
Estamos em busca do movimento natural para, desse modo, criarmos prazer nos gestos cotidianos. E assim, fazer exercício, ginástica, caminhar ou correr passa a ser um prazer e não uma obrigação. E temos a nítida percepção de nossa integração com a natureza do corpo e do ambiente.
E isso é o que eu gostaria de cultivar em cada aluno, pois o mais importante é sentir o encanto em se movimentar, se exercitar com prazer, como uma brincadeira séria, mas divertida, e surpreender-se a cada expressão espontânea de si mesmo.
“O método é: treinar os que têm forma (músculos, tendões e ossos)
para serem os colaboradores daqueles sem forma(qi);
cultivar o que não tem forma para assistir o que tem forma.”
I Jin Jing
Stela Maria Faggin é nossa colaboradora.
Para contato acesse: http://espacoalternativosaude.com.br/colaboradores/
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